História do Município

por Rafael Samogim Pereira publicado 30/07/2025 10h11, última modificação 30/07/2025 10h11

A história de Taguaí começa no final do século XIX, por volta de 1890, com a ocupação de suas terras a partir da abertura da Fazenda Santa Rita. Este movimento foi impulsionado pela chegada de inúmeras famílias, muitas delas de imigrantes italianos, que se deslocaram da tradicional zona cafeeira do estado (como Ribeirão Preto e Santa Rita do Passa Quatro) para o então chamado "sertão do Alto da Fartura".

Naquela época, a região, conhecida como Fazenda Corrêas, era pouco habitada. Os moradores dependiam totalmente do município de Fartura para obter suprimentos, assistência médica e até mesmo apoio religioso. A principal via de conexão era uma estrada rústica aberta em meio à mata, por onde escoava a pequena produção agrícola e pecuária local.

A Fundação do Patrimônio

Foi nesse cenário que um grupo de pioneiros, liderado pelo idealista João Meneghel, decidiu fundar um patrimônio. A escolha do local gerou um debate: João Floriano Martins (conhecido como João Corrêa Preto) defendia que a cidade se erguesse às margens do córrego do Lajeado, enquanto Manoel Joaquim Mendes insistia para que fosse próximo de sua propriedade.

No entanto, a opinião de João Meneghel prevaleceu. Ele escolheu um ponto estratégico conhecido como as "Sete Encruzilhadas", de onde partiam sete pequenas estradas (picadas) que levavam aos bairros mais povoados da região. Com a doação de uma pequena gleba de terra, os pioneiros construíram, em 1892, a primeira capela dedicada a Santa Rita de Cássia, no local onde hoje se encontra a Praça Angelo Gobbo. Em 3 de maio de 1892, foi erguido o primeiro cruzeiro, um marco de fé para a comunidade nascente.

Crescimento e Desenvolvimento

O fracionamento da imensa Fazenda Corrêas (com aproximadamente 12.000 alqueires) em propriedades menores impulsionou o comércio e a produção agrícola, atraindo mais moradores e acelerando o crescimento populacional. A capela original tornou-se pequena, levando à construção de um novo templo em 1906, feito de tijolos e telhas e equipado com um sino para chamar os fiéis. Esta nova igreja deu origem à atual Paróquia de Santa Rita.

As Mudanças de Nome e Status

Em 1910, foi oficialmente estabelecido o perímetro do "Patrimônio de Santa Cruz", que adotou o nome de "Santa Rita dos Impossíveis da Concórdia".

Dois anos depois, pela Lei Estadual de 1912, o povoado foi elevado a Distrito de Paz do município de Fartura, recebendo o nome de Ribeirópolis, uma homenagem ao Coronel José Deocleciano Ribeiro, proprietário da Fazenda Santa Rita e grande incentivador do novo distrito.

Em 1º de janeiro de 1945, o nome foi novamente alterado. Ribeirópolis passou a se chamar Taguaí. O nome tem origem na língua Tupi-Guarani, sendo a junção de tagua (barro de cerâmica) e í (água), significando "água de barro" ou "barro d'água", uma referência à abundância de argila na região.

A Emancipação

O sonho da autonomia política se concretizou em 18 de fevereiro de 1959, quando a Lei Estadual nº 5.285 criou oficialmente o município de Taguaí. A instalação solene do novo município ocorreu em 1º de janeiro de 1960, em uma cerimônia presidida pelo Dr. Ivanhoé Nóbrega de Sales, Juiz de Direito da Comarca de Piraju, à qual Taguaí pertenceu inicialmente.

Os fundadores do município, que desempenharam um papel fundamental desde sua concepção, foram João Meneghel, João Floriano Martins e João Carniato. O primeiro prefeito eleito de Taguaí foi o senhor João Gobbo Sobrinho, que deu início à administração autônoma do município, consolidando o legado deixado pelos pioneiros.